Como produzir conteúdo para as redes sociais e aumentar os lucros da sua empresa? – Jornal Correio
Especialistas mostram como a produção de conteúdo pode incrementar o negócio, ampliando vendas e a interação com clientes.
Com o advento da pandemia e as medidas sanitárias, os empreendedores precisaram encontrar uma nova forma de se relacionar com o seu público, especialmente nas redes sociais. Nada de ficar só postando produtos e valores. Os consumidores hoje querem consumir outros valores que estejam agregados às marcas. O Correio reuniu duas especialistas da área para dar dicas sobre a produção de conteúdo, além de profissionais baianas que dão um show nas redes sociais e podem inspirar você a fazer o mesmo.
A mulher mais jovem do setor varejista alimentício da Bahia, segundo a Associação Bahiana de Supermercados (ABASE), Dani Lacerda compreendeu a importância de produzir conteúdo nas redes sociais para incrementar o próprio negócio. Em tempos de pandemia, quando o mundo experimenta uma digitalização expressiva, a empresária, que possui MBA em gestão de empreendedorismo e pessoas, percebeu que a comunicação com os públicos precisa ser uma expressão real do negócio para dar certo.
“Tenho observado uma grande mudança no cenário da comunicação digital, onde justamente os empresários assumem a ‘cara’ do negócio, gerando conteúdos de valor, assumindo a comunicação da empresa em relação a ter uma voz, um rosto. Penso que é uma grande tendência que vai se adotar daqui para frente de uma maneira intensa”, destaca.
Para ela, esse movimento nada mais é que uma variação do fato de que as pessoas querem comprar de pessoas. “Os empreededores que desejam se tornar geradores de conteúdo das suas empresas precisam entender os processos; acompanhar absolutamente tudo e transformar essas vivências emmaterial para as pessoas que seguem os perfis das marcas”, garante. A empresária reforça que a principal função de um criador de conteúdo é produzir estratégias e direcionar o público alvo no processo de compra, atraindo de uma forma totalmente natural e espontânea.
A consultora em marketing digital Priscyla Caldas, da ARUNA Marketing, lembra que o chamado marketing de conteúdo (a exemplo dos vídeos, stories, reels, igtv) possui um investimento muito mais baixo quando comparado com a publicidade convencional e, bem orientado, pode gerar resultados bem maiores. “As pessoas acham que gerenciamento de mídias sociais se resume a publicar posts e fazer o que os outros estão fazendo, usando referências de outras empresas. Entretanto, essa cópia não necessariamente irá se adequar à realidade da sua empresa, da sua cultura, da rotina dos seus clientes e dos hábitos deles, resultando em um impacto mínimo na clientela e consequentemente, no número de vendas”, explica.
Para a especialista em marketing, o investimento na produção de conteúdo tornará o processo de compra e venda mais orgânico e com um custo baixo, possibilitando que as visualizações possam se converter em negócios.
Com uma visão bem parecida, Dani Lacerda diz que os conteúdos precisam ter como orientação as métricas do negócio, que apresentam mais a relação de efeito causada por seu conteúdo. “É fundamental avaliar os compartilhamentos, comentários, os visitantes únicos, as visualizações da sua página, os feedbacks e também o tempo de permanência para saber se o que está sendo abordado vai de encontro aos resultados para o seu negócio”, ensina.
A empresária lembra que quando o assunto são as redes sociais, quantidade e qualidade são bem diferentes, principalmente ao que se diz sobre conteúdo. “É muito mais sobre as pessoas que acompanham do que as que apenas te seguem, entenda a diferença. É de suma importância o cuidado com a imagem que você vai passar em suas redes sociais”, afirma.
Dani destaca o fato de que os brasileiros ocupam uma parte relevante do dia nas redes sociais. “Sua marca pode aparecer para as pessoas além de uma publicidade, mas sim com uma mensagem marcante. Isso cria uma identidade e uma forma mais intensa de ser lembrada. É pensar que sua marca pode ser lembrada não apenas pelos preços, mas também pelo valor agregado”, completa.
Segundo Priscyla, antes de administrar o marketing digital da empresa, é importante estudar o público para direcionar as publicações e converter ‘número de acessos’ em ‘consumo’. “A análise da clientela precisa ser feita antes de qualquer ação no meio digital para ampliar os efeitos do marketing”, finaliza.
Em março de 2020, comecei com lives de casal junto com minha esposa (falávamos de rotina, casamento, respondíamos perguntas e passávamos o tempo batendo papo virtualmente com amigos, quando a gente achava que esse período passaria rápido), depois passei a realizar os Workshops de Fotografia de Celular para as Redes Sociais, na sequência criei a personagem “A vizinha” que fez sucesso na página e todo sábado o pessoal me cobra, mais tarde veio o quadro de domingo Sessão de Terapia, e então começaram a chegar os publis.
Trabalho com o Instagram, no feed e utilizando as ferramentas disponíveis nele, como reels, IGTV e stories. Eu gosto de trabalhar com humor, mas nem sempre os temas que estão na mídia são fáceis de trabalhar com comédia. Eu não deixo de trazer assuntos relevantes para a sociedade, sobre comportamento, leis, etc. Mas sempre busco fazer isso com traços de graça e piada, que é a minha marca e vertente artística.
Trabalhar com conteúdo digital me trouxe grande visibilidade, e tenho sido procurada por algumas empresas para trabalhos de fotografia. Então, fui chamada para ministrar aulas e fazer ensaios fotográficos, principalmente, porque quando se pensa em fotografia as pessoas lembram do meu perfil.
Na produção de conteúdo digital, minha dica é: não tente forjar totalmente a sua realidade, porque isso não se sustenta durante muito tempo. Os seguidores buscam conexão com pessoas reais, querem se reconhecer nas questões que são comuns, e muitas vezes os criadores de conteúdo servem de inspiração para resolver problemas simples, de casa, ou para oferecer uma nova perspectiva sobre questões mundiais como feminismo, racismo e LBGTfobia.
Há mais de dez anos produzo conteúdo para Internet. Durante muito tempo, produzi conteúdo jornalístico para portais de notícias, também tive blog e, desde 2010 ,produzo conteúdos para clientes que querem criar sua presença no digital através de redes sociais. Atuo no Instagram, facebook e Youtube…Como produzo para clientes, a maior dificuldade é fazê-los entender a relação online e offline. Criar a consciência de que a mídia digital deve ser um reflexo do que é oferecido offline. Antes de ter um perfil de sucesso, que converta em vendas de produtos e contratação do serviço, é preciso ter claro o propósito do negócio, um atendimento impecável, qualidade do que oferece… Também é preciso disposição para colaborar na produção do conteúdo para que isso seja um dos suportes do próprio branding e do posicionamento de marca e não apenas uma vitrine que tem do outro lado apenas compradores e consumidores. Como jornalista, sinto que hoje as empresas esperam dos produtores de conteúdo e do social media o que antes era cobrado de uma assessoria de comunicação: vender, vender, vender… Mas quando falamos em comunicação e plataformas digitais, devemos pensar em relacionamento e a ponte para isso é oferecer o melhor através do conteúdo.
O maior impacto da criação de conteúdo é o desafio diário para apurar a criatividade e fazer isso de uma forma honesta. O meu negócio é conteúdo, texto, arte, video, todos os recursos que comunicam, e embora a minha rede social não seja 100% profissional, é ali que os clientes me conhecem um pouco, avaliam o que eu posto, meus valores e hábitos, o que eu crio, o que eu divulgo sobre meus trabalhos, a minha linguagem… A maneira como eu comunico a minha marca pessoa ali conecta ou não com possíveis clientes. Isso não é muito diferente para os perfis comerciais.
Na produção de conteúdo digital, minha dica é:Antes de iniciar um projeto na internet, seja um site ou um perfil em rede social, saiba claramente os motivos que te movem a fazer isso. Antes mesmo de consumir qualquer dica mirabolante sobre marketing digital, é mais importante ter bem claro as diretrizes e a essência do próprio negócio, como ele ajuda as pessoas, qual a diferença que o seu empreendimento faz na vida das pessoas. Anunciar, por exemplo, que vende camiseta é ok, mas isso pode ser comprado em qualquer lugar. Qual é seu diferencial? Como é a produção? Tem uma comunidade ganhando junto com tal produção? O processo industrial é limpo? Tem profissionais valorizados por trás ? Feito esse dever de casa, tendo um conteúdo que traz verdade, aí pode pensar na apresentação da página, em uma comunicação visual harmoniosa, experimentar as ferramentas das plataformas, ter uma frequência saudável de postagens para criar presença digital e pensar em estratégias sinceras para criar boas experiências com os seguidores e até mesmo parceiros. Ah é é fundamental ter paciência e constância crescer organicamente!
Idealizei e lancei, em 2016, a primeira revista para adolescentes e mulheres gordas do Brasil, a PLUS. Desde adolescente compartilho experiências em blogs e nas redes sociais. Mas comecei a produzir conteúdo regularmente – e de forma mais profissional – em 2016, quando publiquei a revista PLUS. Nesse mesmo ano, comecei a dar aulas e palestras.Priorizo a produção no Instagram (@itsnaiana), onde tenho mais de 60 mil seguidores. Por lá, compartilho dicas e reflexões sobre moda, gastronomia, lifestyle, autoestima e gordoativismo. Tenho alguns vídeos publicados no YouTube e também utilizo o Twitter e Facebook. As redes sociais – sobretudo o Instagram, o Facebook e o YouTube – são hoje o principal veículo de propagação de conteúdo sobre representatividade. Também têm um papel essencial na união e na amplificação de discursos das minorias políticas. Essas redes contribuem de forma significativa para a popularização dos movimentos de positividade e aceitação corporal.
O meu maior desafio é o tempo – já que trabalho diariamente mais de 8 horas por dia e preciso conciliar a carreira de jornalista com a de influenciadora (apesar delas se cruzarem). Produzir conteúdo original sozinha exige tempo, mesmo que a gente domine 100% o assunto. Para cada publicação, vídeo e/ou foto, é preciso parar, refletir, organizar as ideias, checar fontes, escrever e editar os materiais. Para produzir conteúdo relevante e original é preciso conversar com o público de forma personalizada. Outro grande desafio é adaptar o conteúdo para as diversas redes. Antigamente tínhamos o rádio, o impresso e a TV. Hoje existem diferentes redes sociais, site, Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, Twitter, eventos, podcasts entre outros canais e formatos.
A minha carreira enquanto jornalista, influenciadora e palestrante tem muita influência das redes sociais. Através delas, recebo convites para palestras, aulas e propostas de trabalho com frequência. Além disso, é através das redes sociais que divulgo meus textos publicados na revista PLUS ou em outros veículos. A maior parte do tráfego do site da revista vem das redes sociais.
Na produção de conteúdo digital, minha dica é:
1 – Defina o seu nicho. O nicho é uma segmentação ou recorte de um mercado maior, ou seja, é a identificação de um grupo mais específico de interesses.
2 – Delineie a sua persona. O que você tem em mente quando pensa no seu seguidor ideal? Isso é o que classificamos como persona: as características do seu público.
3 – Capriche no seu perfil. Reavalie a apresentação do seu perfil. Isso é essencial para que as pessoas se interessem pelo seu conteúdo e se tornem seguidores engajados. Mas não precisa Seguir nenhuma fórmula, viu?
4 – Conquiste e engaje seguidores. Não há uma fórmula mágica sobre como ganhar seguidores e como torná-los fiéis ao seu perfil. Uma das dicas é que você tente ter constância. As redes como o Instagram são fãs de padrão e consistência. Tente publicar suas postagens no mesmo horário por um longo período. Isso pode ajudar na entrega dos seus conteúdos.
5 – Interaja! Interagir é essencial para promover o engajamento do seu perfil e criar uma comunidade fiel com o público, gerando uma relação amigável com os seguidores. Curta e comente os comentários dos seus seguidores. Realize com frequência ações de interação: lives, presente para o seguidor mais engajado do mês, abertura de boxes para perguntas e respostas, etc.
6 – Planeje seu conteúdo. Como em qualquer estratégia, o planejamento crucial. É aqui que traçamos o que queremos falar, para quem falaremos e como faremos isso. Isso evita a criação de conteúdos repetidos e antecipa problemas. Também te ajuda a explora todos os recursos das redes sociais, além de ajudar a otimizar o tempo e aprofundar temas.
7 – Use técnicas e ferramentas para criação de conteúdo. Alguns exemplos são Inshot, Videoleap e Kinemaster para edição de vídeos; Lightroom, VSCO e Canva para edição de fotos.
Comecei a produzir conteúdo para as redes sociais há seis anos e desenvolvo material para Facebook, Instagram e WhatsApp. O maior desafio é tentar fazer conteúdo que agregue algo na vida das pessoas. Boa parte desse conteúdo é extraído do contato com as clientes, como relatos de experiências, dores, formas de uso. Com a pandemia, esse contato foi um pouco distanciado, tornando assim um desafio. A criação de conteúdo me possibilitou a geração da representatividade e identificação, já que são baseados na vida real das clientes, onde cada criação pode indicar produtos que podem ajudar quem não o conhecia. Essa atuação impactou na minha carreira, estimulou minha criatividade e a capacidade de extrair experiências agregadoras que se transformam um praticamente em “utilidade pública”.
Na produção de conteúdo digital, minha dica é: Invista muito além de um feed bonito. Crie conteúdos que ajude o cliente não só no processo de escolha, mas uma reflexão ou uma palavra de amiga. Não é fácil, mas existe ferramentas que podem ajudar, como bancos de imagens, grupos e fóruns de discussão sobre o seu nicho e principalmente ouça seu cliente e seus questionamentos. Escreva tudo como se tivesse falando, para criar conexão e firmar seu negócio humanizado.