Este é um tema que cada dia mais está presente nas conversas entre amigos: paquera virtual. A ideia principal ao escrever este texto, é entender essa nova lógica, que para mim ainda é uma verdadeira incógnita.
Sou da época de receber ligações no fixo de casa e tremer de medo quando meu pai atendia e perguntava bravo: Quem é?!?!
Frases como: ‘Ela curtiu uma foto antiga…’, ‘Nos conhecemos no aplicativo.’, ‘Sempre recebo directs.’, ‘Recebi uma indireta através de um post…’ ou ‘Ele visualiza meus stories…’, já fazem parte da rotina.
Essa lógica atual me faz refletir sobre alguns aspectos, um deles é o da facilidade através um click e o outro da solidão. Ao mesmo tempo que escuto pessoas falando que tem muitas opções, que hoje em dia está mais fácil, ouço na mesma proporção falarem que por se sentirem ‘descartáveis’, estão expondo menos seus sentimentos e que por isso, está difícil conhecer alguém ‘de verdade’.
No contexto social, acredito que as mídias sociais estão para aproximar as pessoas e não para afastá-las, muito menos colocá-las em uma bolha. A paquera deve ou deveria ser mais real e menos virtual, sendo os aplicativos um meio de comunicação para marcar um encontro e não para ser ‘o próprio encontro’.
Por trabalhar com marketing digital, já me perguntaram se tinham alguns códigos ‘oficiais’. Até onde sei não há, mas a cada dia acho mais importante ter, pois sempre que pergunto o que significa cada ‘comportamento’, ouço opiniões e interpretações bem diferentes.
O risco desse ruído na comunicação, é de algumas dessas manifestações que citei acima em forma de frases, serem interpretadas de forma equivocada, e o que para uns conota demonstração de interesse, para outros pode ser o contrário, sendo visto como distanciamento ou apenas curiosidade. O que deixa assim espaço para que alguém mais real e menos virtual apareça e, no lugar de ‘visualizar os stories’, convide você para passear, curtir um cinema e tomar um café. ?☕❤
Priscyla Caldas